segunda-feira, 1 de setembro de 2014

União é mais encardido no dérbi, riobranquenses buscam explicação

Leão da 13 faz tripleta e mostra-se mais encardido, riobranquenses 
não gostam da situação

"Jogou melhor, mas inexplicavelmente perdeu", este é o único argumento que o Rio Branco tem utilizado para explicar as três últimas derrotas em dérbis. Mais parece uma lamentação. O que não é incorreto, pois mesmo em fazes piores que do rival americanense, o União Barbarense conseguiu vitórias em dérbis, mostrando-se encardido. 

Segundo o maior historiador do Rio Branco, Cláudio Giória, o União está próximo de igualar sua maior sequência de vitórias sobre o Tigre na história: quatro consecutivas, conquistadas em 2004, quando disputavam Série C e Copa Paulista simultaneamente. Vale lembrar que o Leão da 13 fez a tripleta nos últimos dérbis, ou seja, três vitórias consecutivas: 2 a 1 no ano passado pela Copa Paulista, 2 a 0 na Série A-2 2014, e 1 a 0 válido pelo primeiro turno da Copa Paulista 2014 (atual certame). 

Analisando de forma mais profunda os dérbis, é fácil perceber a diferença de rendimento do Rio Branco e do União Barbarense. Em 2002, ano em que o Tigre quase foi campeão paulista, enquanto o rival amargou ruim posição no paulistão, o dérbi terminou empatado: uma vitória para cada lado. Em 2004, o Leão vivia momento mágico com a UB Corporation, enquanto o alvinegro americanense começava a viver momentos de penúria, o resultado: seis vitórias do time barbarense e um empate. 

Em 2009, o Rio Branco demonstrava clara superioridade técnica sobre o adversário barbarense, mas isso não se refletiu dentro de campo: três empates arrancados no suor. Totalmente o contrário do biênio 2010 e 2011, quando o União demonstrava clara superioridade técnica: três vitórias unionistas e um empate. 

No ano passado, também com clara superioridade técnica e até financeira do time americanense, o dérbi terminou empatado: uma vitória para cada lado. Neste ano, dupla vitória unionista com rivais equiparados. 

Os únicos anos em que o Rio Branco confirmou favoritismo foram em 1982 e 2006. No primeiro ano em questão, o Tigre, na época rico e forte, emplacou quatro vitórias sobre o rival barbarense, somados a dois empates. E, em 2006, mostrando óbvia superioridade técnica e estrutural, massacrou o Leão da 13: 6 a 0 e 3 a 1 nos dois únicos jogos.

Além disso, o retrospecto também ajuda a entender a vantagem unionista: 58 jogos; 13 vitórias riobranquenses, 19 empates e 26 vitórias unionistas. Também, se levado em conta o retrospecto desde 1913, o Tigre continua em desvantagem: 88 jogos; 26 vitórias americanenses, 24 empates e 33 triunfos barbarenses. 

TENTANDO EXPLICAR
Torcida riobranquense não quer saber de outro resultado
senão a vitória no dérbi desta quarta
A nação riobranquense não foge do assunto e tenta explicar o "encardidismo" do União nos dérbis. "O União entra com mais vontade do que o Rio Branco. A torcida faz a parte dela, mas o time sempre deixa a desejar", lamenta o torcedor Matheus Liasch. "Infelizmente, nos dias atuais é assim."

Tiago Fusco, filho do funcionário Benedito Fusco (o "Xororó"), também concorda que o alvinegro barbarense é mais encardido nos dérbis: "infelizmente não é uma afirmação falsa. Eles sempre aprontam para cima do Rio Branco", lamenta. 

Um deles culpa o acaso: "Talvez, azar. O Rio Branco não joga mal os dérbis", diz Fusco. Enquanto isso, Matheus vai mais a fundo: "falta identificação com o Rio Branco e com a cidade por parte dos jogadores e dos dirigentes do Tigre", condena o fanático riobranquense. "Acho que se eles entendessem melhor a rivalidade de Americana e Santa Bárbara, eles entrariam com mais sangue nos olhos", completa Liasch. 

Questionado se a missão de mostrar a importância do dérbi seria da torcida, Matheus se esquivou: "Acho que não. Acredito que a diretoria deveria sacudir o time na semana do dérbi e mostrar vídeos, notícias, histórico de públicos, e demais. O papel da torcida é no jogo, comparecendo e cantando os 90 minutos."

Ainda procurando explicações, Tiago Fusco cita aspectos negativos: "falta capricho cara a cara com o goleiro (...) algumas vezes isso ocorre por pressionarem demais os jogadores."

"Amarelar é um termo muito forte. Acho que o time entra muito nervoso e não consegue desenvolver um eficiente futebol", encerra Fusco mesmo mostrando-se otimista para o jogo de quarta. "Na minha visão de mero torcedor é falha e incompetência do próprio Rio Branco. Mas, nessa quarta, vamos vencer!", afirma animado Matheus Liasch. 

O dérbi acontece nesta quarta, dia 03, às 20h, no Décio Vitta, em Americana. Segundo a diretoria do time americanense, quase 300 ingressos foram vendidos antecipadamente. A expectativa é de um público em torno de 1,2 mil pagantes. 


Texto: Gabriel Pitor Oliveira
Foto: Sanderson Barbarini | Arquivo

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